04 junho, 2009

Descamisados não entram

Esta semana, no meio de um dos meu périplos pelo Portugal profundo, dei por mim em pleno Alentejo a atravessar uma localidade chamada "Água de Todo o Ano". Como estava imenso calor, e talvez sugerido pelo nome, resolvi fazer uma pequena paragem e comprar uma garrafa de água. A localidade resumia-se a uma rua, com algumas moradias rurais espaçadas entre si. O estabelecimento comercial era uma churrasqueira cujo nome me escapou. No entanto não me passou despercebida a placa que estava fixada bem acima da porta da entrada. Dizia : "Proibida a entrada de pessoas sem camisa". Ao lado da porta, ainda no exterior, estava uma montra de vidro, na qual estavam expostos diversos tipos de navalhas e canivetes/ponta e mola. A sede apertava pelo que entrei e dirigi-me ao balcão. No interior estavam uns 6 ou 7 homens, de camisa, bem bronzeados e alimentados. Bebiam cerveja e outros digestivos. Um deles dizia que tinha esperança da sr.ª juiza lhe dar 5 ou 6 meses de pena. "Já não era nada mau..". Não fiquei para saber qual o delito cometido para o merecimento de tal punição. Paguei a garrafa de água, felizmente tinha dinheiro certo. Ainda no interior, consegui vislumbrar uma outra montra, maior que a da entrada, desta feita a expor para venda facas de diversos tamanhos e feitios. Tinha um papel com um dizer : "Facas para homens de barba rija". Como a minha barba é rala e mal semeada, decididamente que não estava ali bem enquadrado, pelo que me pirei com a mesma velocidade com que tinha entrado, dando graças por ter entrado de camisa vestida.
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