
Ainda o caso que agitou o Vaticano e a classe politica Italiana. O cidadão que vemos na foto à esquerda é Piergiorgio Welby. Este Italiano de 60 anos sofria de distrofia muscular desde a adolescência e há muitos anos que estava confinado a uma cama de um hospital, sem poder fazer qualquer movimento com o seu corpo. Pediu repetidas vezes que num acto de misericórdia lhe desligassem a máquina que o mantinha vivo, pedido sempre recusado por a eutanásia não ser legal em Itália, à semelhança da grande maioria dos países europeus. Piergiorgio acabou por falecer no passado dia 21, após um médico Italiano ter aplicado uma injecção letal e desligado os aparelhos que o mantinham vivo. Aquilo que mais me chocou nesta história foi o facto de Piergiorgio não ter tido direito a funeral católico. Desconheço se Piergiorgio era ou não católico, mas a questão nem é essa. É a atitude da Igreja perante este caso que fede. Falamos de um homem que passou a maior parte da sua vida a sofrer - mais mesmo que o próprio Jesus Cristo, digo eu - e que nunca terá feito mal sequer a uma mosca. A Igreja recusou-se a celebrar o seu funeral por considerar que este cometeu suicídio, algo inaceitável nos cânones da Igreja Católica. O próprio Papa já veio dizer, prontamente, que o que mais devemos valorizar neste mundo é a vida humana. De acordo. É pena é não ver a Igreja a assumir a mesma posição no caso de funerais de homicidas, violadores e traficantes. Como se fosse mais grave aos olhos de Deus provocar a própria morte, que tirar a vida a outrem. Resto nella pace, signori Piergiorgio, Resto nella pace ...
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